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Dialogo A Uma Só Voz

Versos de amor, de crítica, de meditação e de sensualidade ao sabor da rima e da métrica...

Dialogo A Uma Só Voz

Versos de amor, de crítica, de meditação e de sensualidade ao sabor da rima e da métrica...

29 Ago, 2005

DE CERTA RE



Sem querer ter a certeza
De que penso sem engano,
Vejo na língua a nobreza
Do brio mais lusitano.

Cada vez mais a certeza
Da minha objectividade
Me surge com a firmeza
Da luz que dá claridade.

De que é bom falar correcta
E claramente a certeza
É mais das almas pureza
Do que pensar de pateta

Faz parte do patriotismo
Ter bem presente a certeza
De que a língua portuguesa
Não é qualquer barbarismo!
28 Ago, 2005

DE DIEBUS



O dia em que nasci
Era de guerra alargada:
Muita açorda eu comi
De rebuçado adoçada...

Nos dias em que essa guerra
Decorria encarniçada
Não havia cá na terra
Açúcar pra quase nada...

Iam prás bichas sem fim
Pelo tudo que faltava
Eram os dias assim
Em que a guerra devastava...

Mas hoje na nossa terra
Existem aqueles dias
Em que conjuntos “ na berra “
Tocam belas melodias!

E são mágicos os dias
Em que a música acontece
E se alçam as alegrias
E a tristeza desvanece!




Sonhei um dia contigo
E passaste a ser alguém
Com que sonho ao abrigo
Dos sonhos que fazem bem.

Será por ti mais sonhado
De tudo com que sonhaste
O que sempre desejaste
Mas nunca foi alcançado.

Os sonhos que nós sonhamos
São coisas que se idealizam,
Embora todos saibamos:
Nem sempre se concretizam.

Dos sonhos lindos que sonham,
Da infância à velhice
Os homens não se envergonham
Que sonhar não é tolice!



Gosto muito do que faço
E direi que pra viver
De vida o meu pedaço
Valeu a pena nascer

 Respeito sempre os limites,
Vivo calmo cada dia:
Imitando os alambiques
Destilo a minha alegria.

Faço aquilo, dia a dia,
De que gosto, a toda a hora,
Daí vem esta alegria
De que estou falando agora.

É uma questão de gosto
Gostar mais disto ou daquilo,
Viverá mais bem disposto
Quem como eu viva tranquilo.

As de que eu hei-de gostar,
Com vontades renovadas,
São músicas a tocar
E outras que foram tocadas.

Do que gosto mais, direi,
De fazer na minha vida,
Acho que só saberei
Um pouco antes da partida…



 Burro velho não aprende línguas:
Não tem razão o nosso povo
Porque também o burro novo
Vem sofrendo das mesmas mínguas!

Na RFM os "criativos"
Escrevem bem quando citam
Mas são muito permissivos
Se da própria mão debitam...

A sintaxe de quem bem 'screve
Poesia ou romance
Está fora do alcance
Da cabeça que é mais leve...




Ser guarda dum museu a vida inteira,
Dum museu que é a língua portuguesa,
Não plagiar a novela brasileira,
Serão causas mui nobres, de certeza!

Nas traduções, que têm mais uns anos,
Não encontrando frases e mais frases
Plenas de imprecisões, plenas de enganos,
Com livros traduzidos faço as pazes!

Nas traduções Hodiernas soam mal
Expressões de novelas brasileiras,
Grande parte das quais são costumeiras
No Brasil, mas não são em Portugal!

Dinâmica não é o retrocesso
Nem tão pouco serão as simples trocas
Que ao português jamais trazem progresso
E enchem certas cabeças de minhocas!
23 Ago, 2005

CONTAS NA SUISSA



Olhem lá o Isaltino
Que tem contas na Suissa
Por este seu desatino
Presta contas na justiça.

Já deixou de ser ministro
Quer voltar a ser autarca
Assim não se limpa a marca
Deste seu golpe sinistro.

Não presta pra governar
Não serve pra autarquia
O melhor é pôr-se a andar
E devolver a maquia.

Autarca já não vai ser
Teve que arrepiar caminho
Ninguém lhe pode valer
Nem mesmo esse tal sobrinho.
21 Ago, 2005

FILHOS DO ALARDE



Batem asas enfurecidas
por constante formigueiro
de imaginárias formigas
dentro do corpo em carreiro...

A fúria gera conduta
repulsiva da amizade
que foge de liberdade
mais que por razão astuta...

As suas garras aduncas
esmagam sadios frutos
transfigurados em nuncas
por arremedos abruptos...

Os raios infravermelhos
que disparam o alarme
mostram atrás dos espelhos
orgulhos filhos do alarde...

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