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Dialogo A Uma Só Voz

Versos de amor, de crítica, de meditação e de sensualidade ao sabor da rima e da métrica...

Dialogo A Uma Só Voz

Versos de amor, de crítica, de meditação e de sensualidade ao sabor da rima e da métrica...

19 Mar, 2006

AS HORAS



Não meia hora seguida
Nem uma duas nem três
São quatro só duma vez
São quatro horas de vida!

São horas horizontais
Cruzadas no azul do Céu
Que brilham cada vez mais
Neste amor que Deus me deu!

Um amor que em cada dia
Segue ao longo duma 'strada
Para levar alegria
Aos olhos da minha amada!

Não são a luz dos meus olhos
Que até hoje não os vi
Nem sei se por mor de mim
Hão-de vencer os escolhos...

Se um tapete eu tivera
Num tapete voaria
A buscar a Primavera
Que descobri certo dia!
16 Mar, 2006

PRIMAVERAS



Com ar muito prazenteiro
E atenção interessada,
Perguntei a um companheiro
Que encontrei em plena estrada
- A sua graça qual é?
- De meu nome sou José,
Aqui e em várias paradas,
Setenta e tal Primaveras
Mais brandas ou mais severas
De vida levo contadas!
Respondeu logo ligeiro
Aquele meu companheiro
De conversas costumadas!!!



Eis aqui um rimador
De sílabas bem contadas
Medidas e acertadas
Sempre com muito rigor.

As palavras que rebusco
Encontro na minha mente
Umas vezes de repente
Umas outras com mais custo.

Ouço nas rimas perfeitas
Certo som de melodia
Que me transmite a alegria
Das coisas que são bem feitas.

A um certo seu amigo
Que os pauis,diz o Pessoa,
Não são poesia boa
São palavras sem sentido...

E eu digo que o verso branco
Se não for especial
É um verso que soa mal
É um verso que vai manco;

Que o verso de pé quebrado
Sem rima ou simetria
É cantor desafinado
Que arruina a cantoria;

Que os versos ditos geniais
Só são versos de primeira
Se escritos por mão certeira
Nas regras gramaticais.

Daqui eu lanço o alerta
Do rimador que reage,
Honrando o nosso Bocage
Com poemas de rima certa!
03 Mar, 2006

A CHUVA

chuva.jpg

Os aguaceiros vão e vêm
Deixando a terra molhada,
Molham-se os pés da minha amada
Quando à chuva se mantêm!

Quando cai uma chuvinha
Ficamos nós sob os toldos
Que esta chuva miudinha
É chuva que molha tolos!

Chove, chove, galinha a nove,
Chove, chove sobre a terra
Que o meu amor não se aterra
Nem a chuva me demove!

De manhã, de manhãzinha,
Com a terra inda molhada
Eu espero que à tardinha
Não caia qualquer chuvada!

Ainda que passageiro
Que não caia, por favor
Nenhum feroz aguaceiro
Que retenha o meu amor!

Abel
01 Mar, 2006

O ENCURVADO

encurvado.gif

Por que é que ando encurvado
Como quem sobe uma encosta
No pensamento esgotado
Inda procuro a resposta.

O peso da desventura
Que carrego sobre o peito
Empresta-me este jeito
Em forma de curvatura.

Faço força e com espanto
Fico a olhar pró meu peito
É que o peso pesa tanto
Que nem sequer me endireito.

Abel